Mad nA estraDa: Carta aos
senhores colonizadores
Caros
senhores colonizadores,
Como os
senhores tem passado? Fiquei sabendo que não andam muito bem. Pois então,
algumas de suas (ex)-colônias sabem muito bem o que é isso. Aliás, elas nunca
souberam o que seria o contrário. Mas, infelizmente, não podemos fazer nada
pelos senhores. Para falar a verdade, venho lhes trazer outras más notícias.
Sabe aquela
dívida que os senhores têm com as (ex)-colônias? Pois então, esta dívida já
venceu. Na verdade, ela já venceu faz algum tempo, mas, diante da vossa
situação, seremos compreensivos e, por isso, não lhe cobraremos juros. Sabemos
que o vosso momento é delicado, mas como os senhores bem sabem, dívidas são
dívidas e elas foram feitas para serem pagas. Não é mais ou menos assim que os
senhores ensinaram?
Até
poderíamos não os cobrar, como forma de gratidão por tudo àquilo que nos
fizeram, afinal, vocês aniquilaram aquela cultura inútil que existia por aqui e
implantaram um novo modelo que é um exemplo a ser seguido. O que seria de nós
sem estas inúmeras igrejas a disposição para aliviar todos os nossos anseios?
Além do mais, se um único deus já não é muito fácil de ser compreendido,
imagina como seria se continuássemos a cultuar vários deuses. Por esse novo
modelo de ilusão, seremos eternamente gratos a vocês.
Contudo,
infelizmente, a situação também não está fácil por aqui, ou melhor, nunca
esteve. Algumas de suas (ex)-colônias precisam urgentemente que os senhores
paguem esta dívida. Mas não se preocupem! O dinheiro não será usado para
comprar carros de luxo, roupas de grife ou joias. Asseguro-lhes que o povo
daqui não irá querer ser igual aos senhores. Até porque, seria um
constrangimento muito grande para os senhores verem os seus leais súditos
gozando do vosso padrão. Já imaginou os “cara abajo” passando pelos senhores
com a “cara arriba”? Não, não! Eles querem apenas poder pagar por um pouco mais
de saúde, alimentação e dignidade. É que aquelas migalhas que os senhores deixaram
já não estão servindo mais.
Portanto,
senhores colonizadores, transfiram o mais rápido possível o dinheiro referente
à venda de todo aquele ouro, prata e tantas outras riquezas que foram “gentilmente”
tiradas destas terras. Lamento também informá-los que o prazo para o pagamento
é curto. É para hoje, de preferência para ontem. É que os vossos bancos têm cobrado
juros desumanos por um dinheiro que algumas (ex)-colônias tiveram de pegar
emprestado. E, caso os senhores estejam ocupados demais cuidando da ponta dos
vossos narizes, saibam que em uma das (ex)-colônias aprenderam a fazer
cirurgias plásticas incríveis. Talvez eles possam ajudar a encontrar o formato
de ponta de nariz ideal para os senhores. Há quem diga que eles também
conseguem operar verdadeiros milagres naquele mundo que se encontra em volta
dos vossos umbigos. Aproveitem para irem todos juntos. Quem sabe assim os
senhores colonizadores até consigam um descontinho e, com o dinheiro deste
desconto, possam começar a pagar tudo àquilo que nos devem.
Muito
Obrigado!
Muchas
gracias!
Att,
América
Latina
MAD
Cantar
ResponderExcluirOscar Cerruto
Mi patria tiene montañas,
no mar.
Olas de trigo y trigales,
no mar.
Espuma azul los pinares,
no mar.
Cielos de esmalte fundido,
no mar.
Y el coro ronco Del viento,
sin mar.
Andar
Jaime Baghá
E tua Pátria Rafael,
tem mar
E te espera amigo
para ver novamente o mar
Contar história de povos andinos
sem mar
Pra você se encontrar
no mar
Tua essência latina
de montes e mares
De entender estes povos
e amar.
abraço, Jaime